sexta-feira, 19 de junho de 2009

Piaf no Rivoli

"Se tiverem que dar um novo nome a Paris, deverá ser Piaf", sugeriu, um dia, Marlene Dietrich, exaltando a grandiosidade da cantora francesa. É essa grandiosidade que Filipe La Féria leva à Sala Estúdio do Teatro Rivoli, no Porto.
"La Môme Piaf" (pequeno pardal, como ficou conhecida no inicio da carreira) cantou Paris, as paixões intensas e os dramas universais, numa vida de excessos e equilíbrios instáveis. Uma vida curta mas intensa, tal como a peça de Pam Gems, encenada, agora em Portugal, por Filipe La Féria, com Wanda Stuart e Sónia Lisboa a darem corpo ao tumultuoso 1,47 metros da cantora.
Quem conhece as encenações de La Féria ficará surpreso com este espectáculo, que se distingue pelo minimalismo cénico e pelo tom trágico . "Esta peça tem outra linguagem. Não se pode comparar 'Piaf' à 'Música no Coração' ou ao 'West Side Story', que exigiam grandes montagens. Isto é uma peça de sensibilidade", conta o encenador, que se dedicou a este texto fora de horas e ao mesmo tempo que prepara "A gaiola das loucas", a produção que estreará no grande auditório do Rivoli.
Percorrer, ao longo de hora e meia, dos 17 aos 47, os excessos e tragédias de Piaf foi um desafio tanto para a veterana Wanda Stuart como para Sónia Lisboa. "Ir de uma miúda cheia de jovialidade até uma mulher que treme as mãos, está coxa de uma perna, tem cancro e está quase sem cabelo é um desafio", revela Wanda Stuart, que, nas palavras de Filipe La Féria, tem nesta personagem "a grande prova de fogo da sua vida".
"Costumamos dizer que desceu o espírito da Edith Piaf quando a ouvimos cantar, porque, de facto, o timbre de voz e a intensidade que ela dá à interpretação, e a própria figura dela, lembram imenso a Piaf", afirma Filipe La Féria, considerando que este é um dos grandes trunfos do espectáculo.

De terça-feira a sábado, os espectáculos são às 21.30 horas. Aos domingos e feriados, às 17.
In JN